Tokio Blues - Norwegian Wood.

29.11.17


Hello Pandas! Dessa vez estou aqui para falar um pouco desse livro que o amigo do meu padrasto me emprestou (sim, li em espanhol! Sim, demorei cinco meses para ler e já já vocês entenderão o motivo). Agora vamos ao que realmente interessa!

Tokio Blues – Norwegian Wood.



O livro se inicia quando Toru Watanabe, um homem na casa dos trinta, está em uma viagem de avião onde a música Norwegian Wood começa a tocar, a partir desse momento, ela o leva para tempos distantes onde ele era jovem e fez uma promessa para uma garota que amava.

Toru, 19 anos, é um estudante de teatro que atualmente mora em um alojamento de garotos. Mudou-se para Tóquio depois do suicídio inesperado de seu melhor amigo, fato que ainda o atormentava. O jovem nunca entendeu o motivo de sua morte, já que o amigo sempre parecia estar feliz e ser capaz de tudo.

Este amigo que cometeu suicídio se chamava Kizuki e tinha uma namorada chamada Naoko. Os três (Toru, Kizuki e Naoko) eram amigos e costumavam sair juntos. Até o momento, Toru não havia despertado nenhum interesse romântico pela garota e muito menos ela por ele.

Mais tarde, Naoko e Toru acabam se encontrando por acaso em Tóquio. Nesse instante sua relação começa a florescer, os dois estão ligados pela dor, melancolia e morte de seu amigo (namorado no caso da garota). Eles se confortam e somente um pode entender a dor do outro.

Naoko já havia passado por uma experiência similar com o suicídio de sua irmã e após uma série de acontecimentos entre ela e Toru, Naoko entra em uma depressão profunda e é internada em um tipo de clínica afastada da sociedade onde existem várias atividades como o plantio e contato com animais.


Nesse meio tempo Toru faz amizades na faculdade. Conhecemos Nagasawa; o tipo pegador que não se importa muito com os sentimentos alheios e possui um caráter individualista, tem uma namorada ciente de suas “amantes” e não se importa muito com isso; e conhecemos Midori, uma garota forte que passou por traumas em sua família, é uma personagem completamente a frente de seu tempo (contando que o livro se passa na década de 60), possui uma personalidade forte, enorme curiosidade e não tem “papas na língua”. Logo de cara Toru fica fascinado pelas conversas malucas com a jovem e um certo carinho começa a surgir por ela.

Toru vai visitar a Naoko e conhece Reiko, uma mulher mais velha que fora do centro psiquiátrico era professora de música. Nessa parte do livro vemos o quanto Toru está disposto a manter a sua relação com Naoko. Conhecemos um pouco mais sobre a história de Reiko e seus traumas do passado.

Ao voltar para casa, ele passa mais tempo com Midori, a ajuda com seu pai doente e tem várias conversas excêntricas. Constrói uma bela relação com a garota.

Ao final Toru se encontra confuso em relação aos seus sentimentos, tem certeza de que ama duas mulheres; uma frágil e delicada, e outra forte cheia de vida. Ele tem uma escolha a fazer e no fundo sabe quem deve escolher.

Hora da verdade.



Na minha opinião é um livro que se eu visse nas livrarias, eu não o leria. Isso porque eu costumo ler livros mais fictícios, fantásticos, uma coisa mais engraçada para descontrair.

Esse livro é completamente o oposto, ele é recheado de assuntos reais e densos. Ele fala sobre depressão, suicídio, estupro, sexo... ou seja, realmente não faz parte da minha preferência literária.

○ Pontos positivos:

Vamos começar falando bem! Gostei da forma como o escritor retratou a realidade, infelizmente todas essas coisas, boas ou ruins, estão ao nosso redor e temos que aprender a conviver com elas.

O livro se passa no Japão e podemos notar nitidamente a cultura japonesa e aquela questão da busca pela perfeição que existe na sociedade japonesa, esse querer ser o melhor, a ideia de que são capazes de muito mais. O problema é que nem sempre é possível alcançar a perfeição que eles almejam e é por esse motivo que o Japão possui uns dos índices mais altos de suicídios e o autor retratou muito bem isso. A pressão que existe por ser alguém, por atingir essa perfeição e a válvula de escape para acabar com o sofrimento.

* Caso vocês não saibam, os japoneses têm uma certa dificuldade em expressar os seus sentimentos e muitas vezes essa falta de expressão entre os familiares e os amigos combinado com a pressão por alcançar a perfeição faz com que a pessoa acumule vários sentimentos e “explodindo”, e assim cometem suicídio.

Outra coisa que gostei é a forma como ele consegue demonstrar a depressão. Ela é triste, confusa e vazia. O autor conseguiu mostrar que a pessoa depressiva muitas vezes aparenta estar bem e até mesmo feliz; porém apresenta sutis sinais que são como pedidos de socorro, que muitas vezes não são notados; e então um dia eles transbordam e entram em colapso.

Uma das melhores personagens é a Midori, ela é jovem, viva e disposta a fazer as maiores loucuras para descobrir mais sobre o mundo. É questionadora e consegue falar sobre tudo, principalmente temas considerados como tabu. É meio louca e faz o que quer. Gostei muito disso porque são em suas cenas que existe essa quebra de roteiro depressivo.



○ Pontos negativos:

É um livro de tamanho relativamente normal em torno de 300 páginas, os capítulos são exageradamente longos (onze para ser exata). A história para mim se arrastou muito, existem muitas cenas desnecessárias, personagens que somem e que se não existissem não fariam falta. Eu senti o tempo inteiro como se o livro nunca fosse acabar. Também senti uma inconstância de ritmo, às vezes os acontecimentos estão lentos e de repente o personagem fica mais velho e muda completamente.

O livro está recheado de cenas de sexo, o que não me agradou muito. *SPOILER ALERT* Há uma cena um tanto quanto “doentia” (talvez não seja a melhor palavra para descrever, mas não consigo encontrar outra) em que uma adolescente de 14 anos manipula a professora de música de 31, a engana e a convence a fazer sexo com ela enquanto a professora não quer, a garota meio que estupra e não estupra a mulher, é confuso e estranho. Sem falar que o personagem principal se aproveita da fragilidade e tristeza de Naoko e tem a brilhante ideia de confortá-la fazendo sexo com ela! Simples assim...sem nem saber se ela realmente queria.

Achei uma leitura extremamente pesada, exatamente pelo livro se tratar de depressão, suicídio, morte e sexo. Com certeza não é um livro que eu leria para ficar contente ou passar um dia tranquilo. É um livro denso feito para reflexionar.

Eu tive a sensação de que o personagem principal teve relações sexuais com todas as mulheres citadas nesse livro, com a namorada do amigo morto, com a Midori e inclusive com a mulher mais velha que era professora de música. Sem falar nas saídas dele que tinham exatamente esse objetivo. Acho que teve uma exaltação muito grande nesse sentido, relatando o quanto ele conseguia encantar as mulheres mesmo sendo um tanto incomum.

A maioria das resenhas que li sobre esse livro foram positivas, sei que ele é super prestigiado, mas sinceramente eu não gostei. Não é o meu tipo de gênero e em certas horas que estava lendo, fiquei com vontade de desistir do livro, mas eu o terminei. E para confessar, achei o final completamente sem sentido e com certeza poderia terminar melhor, senti que foi algo de qualquer jeito em que o autor estava com pressa de acabar e fez qualquer coisa.

Talvez eu não seja o madura o suficiente para ele ou não seja capaz de enxergar a beleza da história, quem sabe talvez no futuro eu releia e encontre toda essa empatia e “maravilhosidade” que tanto as pessoas se referem.



Autor: Haruki Murakami.
Editora: Alfaguara/Objetiva.
Nº de páginas: 360 

ISBN: 9788560281527

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